Enxaqueca é muito mais do que uma dor de cabeça forte. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), enxaqueca é uma doença neurológica, genética e, muitas vezes, crônica. Ela afeta 15% da população brasileira e pode ser incapacitante. Porém, além do fator hereditário, há outras importantes causas da enxaqueca.

Neste artigo, mostramos quais são seus principais gatilhos. Veja, também, como evitar a enxaqueca — ou, pelo menos, minimizar ao máximo a frequência e intensidade das crises. Boa leitura!

Quais são os sintomas da enxaqueca?

Ainda que o principal sintoma da enxaqueca seja a dor de cabeça latejante, de um ou de ambos os lados, há outros importantes sinais associados. Por exemplo:

  • hipersensibilidade à luz, barulhos e cheiros;
  • náuseas e vômitos;
  • formigamentos e dormências;
  • tonturas e vertigens;
  • sensibilidade ao movimento (do carro, ônibus, barco etc);
  • alterações visuais (auras), como pontos brilhantes, pontos pretos ou linhas em zigue-zague que antecedem ou acompanham as crises.

Quais são as causas da enxaqueca?

Além da disfunção química cerebral que faz com que os neurotransmissores (serotonina, dopamina, noradrenalina e glutamato) funcionem de maneira alterada, cuja origem é genética, outras causas da enxaqueca são as comorbidades. Entre elas, destacam-se:

  • distúrbios psicológicos e/ou psiquiátricos, como ansiedade, depressão, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), síndrome do pânico e transtornos do humor;
  • distúrbios do sono, como insônia ou sono não reparador, bruxismo, entre outros;
  • déficits cognitivos, como dificuldade de concentração e problemas de memória;
  • dores diversas, como na coluna cervical ou na lombar, tendinite, fibromialgia, entre outras;
  • doenças gastrointestinais, como síndrome do intestino irritável, diarreias frequentes, intestino preso crônico, entre outras;
  • tonturas e/ou vertigens, principalmente, quando ocorrem em pessoas saudáveis e com menos de 60 anos de idade.

Como evitar a enxaqueca?

Para tentar evitar os episódios de enxaqueca, é preciso prevenir os gatilhos ligados às comorbidades. Isso pode ser feito por meio da adoção de bons hábitos e outras medidas em prol da saúde. Confira!

1. Fuja das preocupações excessivas

Os distúrbios psicológicos e psiquiátricos têm relação direta com o estresse. Isso porque, o cérebro de quem “sofre por antecipação” vive com seus sistemas de defesa (entre eles, a dor) ativos, o que desencadeia os episódios de enxaqueca.

2.Cuidado com alterações de humor

A irritabilidade costuma ser uma das principais causas da enxaqueca. Sabe-se que passar raiva (seja guardando ou explodindo) e a impaciência são potenciais desencadeadores.

Por isso, tudo que puder ser feito para relaxar, treinar a paciência e se acalmar é muito benéfico para evitar a enxaqueca. O mindfulness (técnica para desenvolver a atenção plena), por exemplo, se mostra bastante eficiente.

3. Evite longos períodos em jejum

Ficar sem comer leva à queda dos níveis de açúcar no sangue, contribuindo para o aparecimento da enxaqueca. Coma algo leve e saudável a cada três ou quatro horas (ou conforme a orientação do seu nutricionista). Ao mesmo tempo, não exagere na alimentação quando, por ventura, passar um longo período em jejum.

4. Procure dormir bem

O sono reparador é um pré-requisito para o bom funcionamento do organismo. Ele ajuda a prevenir dores em geral, inclusive a enxaqueca.

Mas atenção: dormir bem não significa dormir muito, mas dormir pela quantidade de horas suficientes para se sentir bem disposto e revigorado. Demorar para pegar no sono, acordar no meio da noite, roncar, entre outros fatores associados a dormir mal, são possíveis desencadeadores da enxaqueca.

5. Atente-se ao equilíbrio hormonal

Desequilíbrios hormonais costumam estar por trás das causas da enxaqueca. Não por acaso, as mulheres relatam crises mais fortes nos períodos pré-menstrual e menstrual.

Por outro lado, quando os hormônios se equilibram, como ocorre na gravidez, na menopausa ou com o uso de medicamentos anticoncepcionais, a frequência e intensidade das enxaquecas tendem a diminuir.

6. Não consuma cafeína em excesso

Ingerir bebidas à base de cafeína, como café, refrigerantes, chás verde e preto, entre outras, costuma estimular a ocorrência de enxaquecas. Atente-se, também, para a cafeína contida nos medicamentos, como em alguns analgésicos.

Segundo a SBCe, pode-se consumir até 200 mg de cafeína por dia, sendo que uma xícara de café coado tem 50 mg e, de espresso, tem cerca de 80 mg. Faça as contas e não exceda o limite. Além disso, evite a ingesta após às 18 horas.

7. Nada de sedentarismo

O sedentarismo é uma importante causa da enxaqueca. Pratique atividades físicas regularmente e sinta a diminuição da frequência e intensidade das crises.

Isso porque, durante os exercícios, o organismo regula a produção dos neurotransmissores. Além disso, pessoas fisicamente ativas são mais resistentes à dor. Para quem tem enxaqueca, o mais indicado é o exercício aeróbico moderado, realizado por 30 minutos, três vezes por semana.

8. Não tome medicamentos sem orientação médica

A automedicação é um perigo. Os analgésicos aliviam a dor momentaneamente, mas não tratam as causas da enxaqueca. Na verdade, eles aumentam as chances do problema se cronificar, tornando-se mais frequente e resistente às medicações.

9. Cuidado com as escolhas alimentares

Quem tem enxaqueca deve evitar alimentos muito gelados, gordurosos, condimentados e ricos em glutamato monossódico (presente em molhos prontos, adoçantes, salgadinhos, entre outros).

Frutas cítricas, apesar de saudáveis, também devem ser evitadas. O mesmo vale para o chocolate e para as bebidas alcoólicas.

Intolerantes à lactose, quando ingerem alimentos como leite, queijo e derivados, também costumam ter enxaqueca. Por isso, conheça seu organismo e fique atento às escolhas alimentares.

Como é o diagnóstico e tratamento da enxaqueca?

Para chegar ao diagnóstico da enxaqueca, os neurologistas consideram os sintomas e relatos dos pacientes, realizam exames físicos e se baseiam nos critérios da Classificação Internacional de Cefaleias (ICHD-3). Além disso, podem solicitar exames neurológicos, como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética do crânio.

Segundo a SBCe, o tratamento da enxaqueca deve ser preventivo e individualizado. Ele é feito com a associação de medicamentos, terapias complementares e adoção de bons hábitos de vida.

Vale ressaltar que consultar um neurologista e aderir à terapêutica adequada pode reduzir em 60% ou mais as crises — com boas chances de cura. Ou seja, é a melhor maneira de evitar a enxaqueca!

Por que é importante tratar a enxaqueca?

Pessoas com enxaqueca, principalmente com aura e associada ao tabagismo, têm risco aumentado para o acidente vascular cerebral (AVC) e doenças cardiovasculares. Além disso, trata-se de um fator de risco importante para o diabetes e a obesidade.

Assim, como se não bastassem os prejuízos à qualidade de vida, ela também é um fator de risco para outras doenças. Por tudo isso, tratar as causas da enxaqueca significa cuidar da saúde do corpo todo. Portanto, caso apresente sintomas, procure ajuda de um especialista o quanto antes.

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