Para muita gente, janeiro é um mês de férias. Assim, nada mais propício do que parar, respirar e cuidar da saúde mental. A campanha Janeiro Branco foi criada, justamente, para incentivar esses cuidados. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com transtornos mentais, como depressão e ansiedade, vem aumentando no mundo todo, sendo prevalente entre as mulheres. Esses distúrbios resultam de uma complexa interação entre fatores sociais, psicológicos e biológicos — e é aí que as alterações hormonais fazem aquele estrago!

Ainda bem que, com o diagnóstico correto, pode-se iniciar o tratamento necessário e, assim, contornar o problema. A seguir, veja quais hormônios mais influenciam os sentimentos e como descobrir se seus níveis estão adequados.

Qual é a relação entre alterações hormonais e saúde mental?

Nem todos os transtornos mentais estão associados às alterações hormonais. No entanto, muitos as têm como causas secundárias. Por isso, restabelecer o equilíbrio hormonal é um dos primeiros passos para cuidar da saúde mental.

Sabe-se que os hormônios femininos, principalmente, o estrógeno, atua na modulação do humor. Em grande parte, isso explica porque as mulheres têm mais variações de humor e transtornos de ansiedade do que os homens. Assim, recomenda-se que, após os 20 anos de idade, o check-up feminino inclua os seguintes exames hormonais:

Quais hormônios e neurotransmissores mais influenciam os sentimentos?

Alguns hormônios influenciam negativamente os sentimentos. Ao mesmo tempo, outros contribuem para a sensação de bem-estar. É o que ocorre quando algo positivo leva à descarga dos chamados “hormônios da felicidade” (dopamina, serotonina, oxitocina e endorfina) no organismo. Sendo assim:

  • desequilíbrios nos níveis de estrogênio e progesterona podem levar à diminuição da libido, comum na menopausa e na andropausa;
  • disfunções hormonais da tireoide (como hipotireoidismo e hipertireoidismo descompensados) podem estar associadas à irritabilidade, mudanças repentinas de humor, cansaço inexplicável e até depressão;
  • excesso de estresse aumenta os níveis de cortisol, também conhecido como o hormônio do estresse, o que pode levar a crises de ansiedade e quadros depressivos;
  • no período pré-menstrual, alguns hormônios produzidos pelos ovários, ao interagirem com neurotransmissores do sistema nervoso central (responsáveis pelo controle do humor, como a serotonina e a endorfina), podem desencadear fadiga, irritabilidade, ansiedade, depressão, alterações repentinas de humor, entre outros sintomas característicos da tensão pré-menstrual (TPM);
  • no início da gravidez, o cansaço acompanhado de sono e choro fácil têm relação com as alterações hormonais (principalmente, aumento do estrogênio e da progesterona) características desse período;
  • receber um elogio ou bater uma meta leva ao aumento de dopamina, um hormônio ligado ao mecanismo de recompensa, à busca pelo prazer e à sensação de felicidade;
  • praticar exercícios físicos todos os dias aumenta a produção de serotonina, um neurotransmissor que melhora o humor;
  • fazer um esporte de aventura, ter um orgasmo, entre outras situações excitantes, é o que libera a endorfina no organismo, mais um hormônio responsável pela sensação de felicidade;
  • para as mulheres, dar à luz, ser gentil ou passar um tempo com pessoas queridas libera a oxitocina, um hormônio (e também um neurotransmissor) que é ligado à satisfação.

Como checar se seus níveis hormonais estão adequados?

Além da anamnese e dos exames clínicos realizados no consultório médico, diversos especialistas costumam checar os níveis hormonais de seus pacientes, por meio de exames laboratoriais, para chegar a um diagnóstico preciso. É o caso do endocrinologista, do psiquiatra, do neurologista, entre tantos outros.

No caso da depressão, ainda que não exista um teste específico para confirmar a doença, os exames ajudam a determinar se ela tem como causa um problema hormonal ou outros distúrbios físicos. Por exemplo: um exame de sangue (dosagem de TSH) ou um exame de imagem (ultrassonografia) pode identificar um problemana tireoide que, por sua vez, desencadeou o quadro depressivo.

Assim, corrigir as alterações hormonais favorece qualquer tipo de tratamento (seja ele psicoterapêutico, endocrinológico, entre outros), como também melhora o humor e a sensação de bem-estar do paciente. Por isso, caso tenha notado mudanças no seu comportamento, com ou sem causa aparente, que têm prejudicado seu dia a dia, procure ajuda especializada. Cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde física — afinal, uma depende da outra!

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