Entenda a relação entre PSA livre e total

Para quem não é da área médica, é difícil compreender a linguagem adotada nas análises clínicas e laboratoriais. O problema é que, em vez de aguardar a consulta de retorno, para que o médico solicitante realize a análise das informações e explique os resultados, muita gente não controla a ansiedade e tenta desvendar, por conta própria, o que eles querem dizer. Entre os exames de check-up masculino, o resultado do PSA é um dos mais aguardados — o que gera muita curiosidade.

Neste artigo, mostramos as diferenças entre PSA livre e total. Para entender como os respectivos valores devem ser interpretados, continue a leitura!

O que é o PSA?

Biomarcadores (ou marcadores biológicos) são substâncias presentes em diversos fluidos corporais (como moléculas, enzimas, hormônios etc). A partir delas, pode-se investigar uma série de distúrbios no organismo.

O antígeno prostático específico (PSA, na sigla em inglês) é um biomarcador sintetizado, quase que exclusivamente, na próstata. Além de ser, majoritariamente, encontrado no sêmen, ele também circula no sangue (em pequenas quantidades).

A presença de um tumor é um dos fatores que podem levar ao aumento permanente do PSA. Por isso, suas taxas são consideradas marcadores tumorais.

No entanto, um quadro de hiperplasia prostática benigna (HPB) também leva a elevação do PSA. Sem falar nos aumentos transitórios, decorrentes de inúmeros fatos ocorridos nos dias que antecedem o exame (como relação sexual, uso de bicicleta ou moto, presença de infecção urinária, realização de exames no reto etc). Já o uso de certos medicamentos, por outro lado, pode reduzir sua concentração.

Mas mesmo não sendo específico e com algumas limitações, o PSA é essencial no diagnóstico precoce, monitoramento e prognóstico do câncer de próstata. Afinal, os médicos sempre consideram os fatores que podem interferir nos seus níveis, ao analisar os resultados.

Qual é a relação entre PSA livre e total?

A relação entre PSA livre e total faz toda a diferença no resultado do exame. Geralmente, pacientes com maior proporção de PSA livre, quando comparado ao PSA total, não têm câncer de próstata. Ainda que não haja um consenso, essa proporção costuma ser igual ou maior que 15%.

No entanto, vale destacar que a coleta precisa ser adequadamente manuseada pela equipe do laboratório, pois o PSA livre apresenta bastante instabilidade. Caso a amostra de sangue não seja centrifugada e refrigerada em, no máximo, 1 hora, o PSA livre se degrada. Assim, o resultado PSA livre/total pode ser falsamente baixo, levando ao diagnóstico errôneo de câncer de próstata.

Em síntese, além do cuidado na realização do exame, o uso do PSA depende das informações colhidas no exame clínico (inclusive, no toque retal). Isso ajuda a evitar o sobrediagnóstico e exames complementares desnecessários (como biópsias prostáticas).

Qual é a importância do PSA para a saúde do homem?

Hoje em dia, 1 em cada 7 homens são diagnosticados com câncer de próstata. Na imensa maioria deles, o tumor aparece após os 50 anos.

O PSA é importante por ser um marcador de rastreio e diagnóstico precoce para a doença. Sabe-se que seu uso ajudou a aumentar, consideravelmente, as taxas de sobrevida — em mais de 80%, pois boa parte dos tumores é identificada em estágios menos avançados e que tendem a ser facilmente tratáveis.

Mas para realmente contribuir para a saúde do homem assintomático, antes de indicar o PSA o médico deve considerar:

  • a idade (principalmente, entre pacientes entre 55 e 69 anos);
  • a expectativa de vida (no mínimo, entre 10 a 15 anos);
  • história familiar da doença (possuir parente de primeiro grau com diagnóstico de câncer de próstata).

Independentemente do resultado da dosagem PSA, o diagnóstico de câncer de próstata, bem como potencial de agressividade do tumor, só é dado após:

  • realização do toque retal;
  • biópsia de tecido prostático;
  • novos marcadores e alguns exames de imagem (em situações específicas).

Por fim, apenas o oncologista, munido de informações sobre o histórico clínico e uma série de dados provenientes de exames complementares, pode prover um diagnóstico assertivo e, então, definir a melhor estratégia de tratamento. Assim, independentemente da relação entre PSA livre e total mostrada no seu exame, não tente adivinhar o resultado. Somente o especialista tem conhecimento para dar esse veredito e indicar os próximos passos.

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