Você respira fundo, mas parece que a quantidade de ar nos pulmões é insuficiente. De fato, a falta de ar constante é desesperadora — ainda mais em tempos de Covid-19. O sintoma costuma andar junto com o cansaço (mas não necessariamente) e prejudica as funções mais elementares do dia a dia. Sem falar que inviabiliza a realização de qualquer prática esportiva que exija o mínimo de esforço. Ou seja, é um convite ao sedentarismo e problemas associados.
Neste artigo, mostramos quais exames permitem identificar o que está provocando a dificuldade para respirar e o que fazer quando se está com falta de ar. Continue a leitura e entenda porque diagnosticar o problema corretamente é o primeiro passo para iniciar um tratamento eficaz, recuperar sua qualidade de vida e prevenir sequelas futuras.
O que pode levar à falta de ar?
A falta de ar manifesta-se por meio do aumento da frequência e da intensidade da respiração. Essa dificuldade para respirar pode ser “apenas” uma sensação passageira, como ocorre nas crises de ansiedade, por exemplo.
Já a falta de ar constante pode ser devido a uma real dificuldade para oxigenar o sangue. A má oxigenação dos tecidos pode ser decorrente de diversos fatores, tais como:
- baixo nível de oxigênio disponível nas células;
- obstrução das vias aéreas (como ocorre no desvio de septo);
- fraqueza no músculo cardíaco;
- algo que esteja causando a obstrução do fluxo sanguíneo, ou seja, impedindo que o sangue oxigenado chegue aos tecidos;
- um problema pulmonar que impeça a troca do gás carbônico e do oxigênio;
- um distúrbio nas hemácias que não permite o transporte adequado do oxigênio (como no caso de uma anemia grave).
Quais são as possíveis razões da falta de ar constante?
Quando a falta de ar é fruto de uma crise de ansiedade ou outro distúrbio psicológico, o exame de gasometria arterial pode comprovar. Isso porque, nesse caso o nível de oxigênio no sangue não se encontra baixo.
Porém, diversas doenças podem afetar o grau de oxigenação no sangue (o qual é medido pelo oxímetro de pulso). Na dispneia real, a oxigenação sempre cai.
A seguir, veja alguns dos principais problemas de saúde relacionados à falta de ar constante e real. Confira:
- asma;
- doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), como bronquite crônica e enfisema pulmonar;
- Covid-19, pneumonia, tuberculose e outras infecções pulmonares;
- derrame pleural;
- embolia pulmonar;
- hemorragia pulmonar;
- hipertensão pulmonar;
- câncer de pulmão;
- insuficiência cardíaca;
- infarto do miocárdio;
- arritmia cardíaca;
- tamponamento cardíaco;
- obesidade mórbida;
- asbestose (doença pulmonar devido à respiração de pó de amianto);
- defeitos na estrutura da coluna vertebral ou do tórax;
- anemia, entre outros problemas.
O que fazer quando se está com falta de ar constante?
Os distúrbios pulmonares são a principal causa da falta de ar constante. Por isso, quem apresenta o sintoma deve procurar um pneumologista.
Após analisar o histórico clínico e fazer alguns exames físicos, o especialista pode solicitar exames pneumológicos, os quais servem para identificar a falta de ar e complementar o diagnóstico. São eles:
- radiografia do tórax, que serve para mostrar a capacidade dos pulmões de movimentar o ar;
- teste de função pulmonar, usado para determinar o tipo de distúrbio e seu grau de acometimento;
- tomografia computadorizada do tórax; entre outros exames que também ajudam a identificar o tipo de distúrbio.
Outros exames importantes, indicados quando há suspeita de que a falta de ar constante, decorrente de um distúrbio pulmonar, possa desencadear problemas cardiorrespiratórios, são:
- eletrocardiograma (ECG) de repouso;
- teste ergométrico (ou eletrocardiograma de esforço);
- ecocardiograma; entre outros.
Como saber se a dificuldade para respirar pode ser Covid-19?
A maioria dos sintomas da Covid-19 é semelhante aos causados por gripes comuns. São eles: febre, tosse, cansaço, dores musculares, dor de cabeça, perda do olfato (anosmia), coriza e/ou obstrução nasal.
O “diferencial”, por assim dizer, é a perda do paladar (disgeusia) e a dificuldade para respirar (dispneia real). Essa costuma aparecer entre o 5º e o 8º dia após a infecção pelo coronavírus (SARS-CoV-2).
Para saber se a dificuldade para respirar se deve à Covid-19, o primeiro passo é fazer a testagem para confirmar se já teve contato com o coronavírus. Isso é feito por meio do teste de anticorpo IGM e IGG (ou sorologia para o coronavírus) e pelo PCR.
Se confirmada, deve-se avaliar sua gravidade. Para isso, costuma-se medir a oxigenação no sangue. Uma saturação abaixo de 90% já é considerada um quadro de insuficiência respiratória.
Além disso, observa-se os achados radiográficos ou tomográficos do tórax, bem como alguns achados laboratoriais. O agravamento da linfopenia (queda no número de linfócitos) e a elevação dos D-dímeros (um marcador de coagulação sanguínea), por exemplo, são indicativos de um curso mais grave.
A partir de então, o quadro pode evoluir para uma síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Outras consequências, manifestadas a médio e longo prazo, são o risco aumentado para lesões cardíacas, lesão renal aguda, tromboses, acidente vascular cerebral (AVC), inclusive, em pacientes jovens.
Quando procurar um pronto-atendimento médico?
Ainda que a maioria das pessoas infectadas pelo coronavírus seja assintomática ou apresente apenas sintomas leves, o tempo vem mostrando que muitas podem ficar gravemente doentes, ter sequelas e até perder a vida. Por isso, a orientação dos órgãos de saúde é clara: quem porventura começar a apresentar dificuldade para respirar deve procurar um pronto-atendimento médico imediatamente. Isso porque, em pacientes com Covid-19, o sintoma indica que houve comprometimento pulmonar — e o risco de piora no quadro é alto.
Para concluir, a falta de ar constante pode ser ligada a diversos distúrbios pulmonares, alguns mais leves, outros mais graves, mas também pode ser gerada por doenças cardíacas e outros problemas de saúde. Assim, agora que você conhece as possíveis origens do sintoma, caso apresente dificuldade para respirar, não perca tempo. Procure um especialista para realizar o diagnóstico e dar início ao tratamento adequado o mais rápido possível. Assim, muito em breve você poderá ter o prazer de respirar fundo e se encher de energia para aproveitar seu dia a dia!
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