
Para muitos, o excesso de gordura é apenas uma questão de estética, mas o acúmulo de tecido adiposo vai muito além da aparência. O nível elevado de lipídios é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, que é a principal causa de morte no mundo.
Para evitar as complicações causadas pelos altos índices de gordura, é altamente recomendado fazer o acompanhamento e, ainda mais importante, controlar os níveis de colesterol. Nesse momento, os hábitos de vida são fatores decisivos.
Afinal, o que é colesterol? É a mesma coisa de lipídios ou gordura? Como é possível diferenciar os tipos? São questões muito comentadas, mas nem sempre explicadas. Continue a leitura, vamos esclarecer para você!
Entenda o que é o colesterol
A gordura faz parte da composição corporal. Por mais que haja uma luta muito grande contra isso, é preciso ressaltar que o tecido adiposo apresenta funções importantes, como: manutenção da temperatura e reserva de energia.
As células que compõem esse tecido são chamadas adipócitos e são preenchidas por gotículas de gordura. Vale ressaltar também que não existe um só tipo de lipídio no corpo. Além das células adiposas, podemos citar:
- ácidos graxos;
- fosfolípides;
- triglicérides;
- colesterol.
Os ácidos graxos são as formas mais simples de lipídios. A função deles é liberar energia para as células, após passar por uma série de reações. Ele pode se encontrar na forma saturada ou insaturada, de acordo com a quantidade de ligações entre suas moléculas.
Já os fosfolípides estão presentes nas membranas das células. Eles são compostos por ácidos graxos, um tipo de álcool e fosfato. Os triglicérides, por sua vez, não apresentam fosfato, mas também são importantes para reservar energia.
Por fim, falando sobre o colesterol, ele representa um precursor de dos chamados hormônios esteroides. Além dessa função endócrina essencial, eles também estão associados com a formação da bile e da vitamina D.
Saiba quais são os tipos
Quando você coloca uma gota de óleo em uma panela com água você percebe que os líquidos não se misturam, certo? Sendo assim, como que as moléculas de lipídios podem se locomover na corrente sanguínea?
Para que sejam transportadas, são necessárias as chamadas lipoproteínas. Elas são classificadas de acordo com a quantidade de triglicerídeos e colesterol que as compõem. Guarde uma informação importante: quanto mais lipídios na composição, menos densa a lipoproteína.
Os quilomícrons são as menos densas, pois são compostos basicamente por triglicerídeos obtidos pela alimentação. Eles se formam no intestino, durante absorção de nutrientes, e logo vão para o fígado. Lá, transformam-se em LDL, um dos tipos de colesterol.
Então, o LDL é produzido pelo próprio corpo, a partir da absorção de triglicerídeos presentes nos alimentos. Se você come muita gordura, há muita produção de LDL. Ao contrário dos quilomícrons, o LDL é composto basicamente só de colesterol e também apresenta baixa densidade.
Já o HDL tem alta densidade, ou seja, é composto por menos lipídios. Essa lipoproteína retira o colesterol dos tecidos e leva para o fígado, o órgão responsável por metabolizar a gordura. Então, o HDL representa um fator protetor contra a formação de placas de colesterol.
Descubra quais doenças o excesso causa
O excesso de lipídios circulantes pode causar danos nas paredes dos vasos sanguíneos. Esse dano resulta no acúmulo de gordura e de outros elementos, gerando uma placa chamada ateroma. A placa de ateroma retrata a doença aterosclerótica.
Se uma placa cresce o suficiente, ela pode ocluir a passagem de sangue no vaso. Se isso ocorre nas coronárias, por exemplo, responsáveis por irrigar o coração, não chega suprimento sanguíneo no órgão. Essa condição é conhecida como infarto do miocárdio. Por outro lado, se a oclusão acontece em uma artéria cerebral, ocorre um AVC.
A oclusão pode ocorrer após crescimento de uma placa estável. Além disso, é possível que pedaços da placa se desprendam e atinjam a circulação que, em algum momento, também poderão ocluir vasos de menor calibre. Outra complicação é provocar a coagulação do sangue, que também é capaz de ocluir um vaso e resultar nos cenários já citados.
Conheça os exames para avaliação
Para avaliar o perfil lipídico de uma pessoa, o profissional de saúde pode solicitar os seguintes exames:
- colesterol total e frações;
- triglicérides.
Os métodos bioquímicos conseguem dosar os triglicerídeos, colesterol total e colesterol HDL. Para o obter o nível de LDL, a determinação é feita de maneira indireta, utilizando equações específicas.
Há um grande debate sobre a realização de jejum ou não. Recomenda-se que no dia do exame o paciente esteja com um estado basal estável, sem ganho ou perda de peso. Complementando, é necessário manter o padrão alimentar por, pelo menos 2, semanas. Assim como alimentação é importante, o sono também é.
Antes de 2016, recomendava-se jejum de 12h para coleta de amostra para perfil lipídico. Entretanto, o estado alimentado é aquele que predomina ao longo do dia, ou seja, as pessoas não expõem o organismo ao jejum rotineiramente. Em suma, sem jejum a coleta retrata o estado alimentado de maior predomínio.
Em condições específicas, o jejum ainda é recomendado, como triglicerídios acima de 440mg/dL, grande variação na dosagem, ingestão de álcool, tabagismo ou se detectada alguma alteração no exame sem jejum. Os níveis recomendados de colesterol se baseiam em estudos epidemiológicos, os quais estabeleceram valores desejáveis para redução de risco de doenças coronarianas. As alterações no perfil lipídico são chamadas de dislipidemia.
Adéque seus hábitos de vida
Por fim, vamos comentar sobre alguns hábitos que auxiliam a controlar os níveis de colesterol e, assim, evitar as complicações causadas pela dislipidemia. Sem dúvidas, o controle do peso representa um fator importante, pois ele retrata a combinação de hábitos alimentares e prática de atividades físicas.
Então, manter uma alimentação saudável e buscar exercícios que estimulam a queima de gordura é fundamental. Além disso, controlar os níveis de colesterol previne doenças e complicações, como diabetes, hipertensão e cardiopatias.
Concluímos, enfim, que o monitoramento dos níveis de colesterol é indispensável para a saúde. Por meio de check-ups, podem ser detectadas alterações e, assim, incentivar a adoção de hábitos saudáveis. A dislipidemia é uma condição silenciosa, cuja manifestação já pode indicar o desenvolvimento de doenças crônicas. Não espere que seu corpo desenvolva complicações. Realize consultas periódicas e faça seus exames em um laboratório de confiança!
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